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Ryse: Son of Rome – Ascenção e Queda

Ryse Son of Rome – Ascenção e Queda

No fim de 2013 era lançada uma nova (já velha) geração de consoles, toda comunidade estava ansiosa pela chegada da oitava geração de vídeo games. Se de um lado a Sony havia tomado um susto no início da sétima geração com sua estratégia equivocada de preços para o Play Station 3, a Microsoft vinha mais confiante do que nunca após o grande crescimento pelo qual passou com o sucesso do Xbox 360.

Para lançar seu novo console e mostrar todo seu potencial, a Microsoft fez a opção em apostar em um jogo exclusivo (quesito que sempre perdeu para Sony), desta forma era lançado praticamente junto ao Console Ryse: Son of Rome. Com objetivo de rivalizar com God of War, a Microsoft convidava seus jogadores a viver uma aventura épica na Roma antiga.

Roma: Luxuosa e Perigosa
Roma: Suntuosa e Perigosa

Logo no lançamento o jogo fez certo barulho ao mostrar a capacidade elevada de vídeo e som da nova geração. Não era difícil encontrar vídeos dos principais canais de games fazendo unboxing do novo console e já emendando no gameplay do game que a Microsoft apostava como cartão de visitas para o Xbox One.

Mas como sempre, o tempo é implacável. E assim como o auge do Império Romano um dia ficou para trás, a oitava geração de consoles também já não é o que há de mais novo e tecnológico no mercado. Pode soar estranho e precipitado, mas se já não é, Ryse está em vias de se tornar um “game retrô”. E é com esta visão de uma geração que vive seus últimos momentos, que podemos relembrar um pouco de como foi estar dentro de grandes batalhas na antiguidade na geração que era a novidade daquele momento.

 

Ryse: Son of Rome – Ascenção e Queda

 

O JOGO

Em uma campanha de oito capítulos, controlamos Mário (ou Marius em Latim), um soldado de carreira que se depara com uma grande invasão de bárbaros em Roma. Durante a campanha Mário deverá passar por diversas lutas corpo-a-corpo e momentos em que deverá comandar suas tropas, seja liderando uma formação tática de barricada ou dando comandos para que suas tropas lancem dardos ou flexas (comandos estes que podiam ser executados através do Kinect). Durante os capítulos do Jogo conhecemos diversas fases da vida de Mário, desde seu treinamento com seu pai (em uma relação meio canastrona) até atingir o posto de centurião romano.

A ambientação do jogo é muito boa, as representações do Coliseu, palácios, florestas e aldeias bárbaras são extremamente bem executadas. Já do ponto de contextualização histórica há algumas licenças poéticas ao inserir personagens, fatos e edificações que não foram contemporâneos, todavia, este problema está longe de ser o principal do título.

O fato de possuir oito capítulos não muito grandes tornam o jogo rápido de se zerar, fato que pode ser bom para alguns e ruim para outros. O jogo possuí várias cutscenes durante seu desenvolvimento, porém elas não são tão demoradas e não travam tanto o jogo, algo que se tornou comum em jogos da geração que acabam por criar uma sensação de assistir ao invés de jogar. A maneira de desenvolver o enredo é satisfatória, porém poderá parecer acelerada para alguns jogadores.

 

JOGABILIDADE

É neste quesito que nos deparamos com o maior problema de Ryse: a repetição exaustiva de suas mecânicas. Como já dito anteriormente o jogo nasceu para ser um God of War Killer e não por acaso muito da jogabilidade já é conhecida dos fãs da franquia da Sony.

É inegável dizer que no início o jogo funciona muito bem com o conceito de ataque, defesa, esquiva e finalização, entretanto as lutas começam a ser previsíveis e um pouco desinteressantes à medida que se repetem durante toda a campanha.

O jogo tem uma opção de finalizar inimigos com pouca energia que no começo saltam aos olhos por se tratarem de uma espécie de Fatality durante um combate romano. Porém, novamente a repetição do mesmo conceito do início ao fim, acaba por tirar o interesse de um conceito que parecia tão legal. Nos últimos capítulos você pode preferir não utilizar a finalização para evitar gastar tempo com uma cena em câmera lenta (salve Zack Snyder!). Além da luta corpo-a-corpo há as dinâmicas de comando de tropas, que nem precisamos lembrar que serão repetidas a exaustão e em algum momento já não serão tão interessantes assim. A proposta é avançar sobre territórios inimigos liderando suas tropas, na maioria das vezes em formação tartaruga, durante estes avanços você ordenará quando suas tropas devem defender-se, atacar e avançar.

Também há a dinâmica de habilidades que podemos ser melhoradas durante o desenvolvimento da campanha. São elas:

  • Vida: barra de vida do personagem.
  • Dano: força do personagem em combate.
  • Foco: habilidade de deixar o jogo em câmera lenta, facilitando o combate.
  • Ganho de XP: aumenta o ganho de experiência a cada finalização, experiência que é usada para aumentar as demais habilidades.

Estas habilidades podem ser desenvolvidas usando ouro, que é a moeda do jogo comprada através da loja da Microsoft, ou juntando heroísmo, que é experiência ganha durante os combates. O aumento destas habilidades melhorará sua campanha, porém é totalmente dispensável a compra do ouro, uma vez que o heroísmo é mais que suficiente para conseguir a evolução necessária.

Marius e seus daddy issues
Marius e seus daddy issues

 

NAVEGAÇÃO E MENUS

Uma característica interessante é o fato do menu inicial e o menu de pause serem o mesmo menu, ou seja, todo conteúdo estará disponível ao pausar o jogo, sendo dispensável a existência de um comando “Sair para o menu principal”. Não chega a ser uma revolução, mas agiliza na navegação.

As opções dificuldade são:

  • Recruta: Fácil
  • Soldado: Médio
  • Centurião: Difícil
  • Lendário: Muito difícil

Ao alterar a dificuldade haverá um impacto direto nas ações dos inimigos, uma vez que será influenciado o tempo de ataque, força e vida dos mesmos. Aumentando a necessidade de golpes que teremos que utilizar para matá-los.

De maneira geral as telas de carregamento não são muito longas, fato que somado a cutscenes mais curtas deixam o jogo bem dinâmico. A única exceção é o carregamento inicial de uma nova campanha que é bem demorado.

Além do modo campanha há o modo Gladiador. Neste modo você deverá sobreviver ao máximo em uma arena de combate enquanto coleta alguns objetivos. Este modo pode ser jogado localmente ou online.

 

GRÁFICOS

Sem dúvida este é o ponto forte da produção. Nota-se que foi investido o máximo possível a época para mostrar a capacidade de processamento do console então recém lançado. Podemos notar suntuosas construções (como o Coliseu, palácios e fortalezas), rostos bem definidos e cutscenes até então nunca vistas.

Além de tudo isso a desenvolvedora não economizou em efeitos de luz e partículas. É impressionante notar os detalhes das armaduras, o constante uso da luz em ambientes diferentes (seja em uma floresta ou em destroços de uma vila) e os inúmeros objetos flutuando na tela (como a poeira de destroços em alguns momentos).

O único defeito foi a atenção dada ao design dos inimigos, existem quatro modelos que se repetem a campanha inteira, sem dúvida esta é uma das grandes decepções do jogo uma vez que acaba por destoar totalmente de toda qualidade que foi aplicada à construção dos cenários.

Gráficos mantem-se agradáveis aos olhos
Gráficos mantem-se agradáveis aos olhos

 

MÚSICAS E EFEITO SONOROS

Outro ponto de destaque do game foi a atenção dada às músicas e efeitos sonoros, as melhores partes estarão em momentos críticos de batalha, enfrentando os principais inimigos ou passando por partes cruciais da história de Mário.

Em alguns momentos a ambientação associada a trilha nos dá a leve impressão de estarmos em um filme épico. Outro ponto de destaque é a dublagem, composta por uma grande equipe de vozes conhecidas no Brasil por seus trabalhos em filmes e séries.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ryse: Son of Rome é antes de tudo um jogo de início de geração, e definitivamente, apesar dos gráficos excelentes, ele não trás uma revolução de cara (tal qual foi Super Mário World para os 16 bits, só para citar um exemplo). A produção parece que se dedicou ao máximo para criar um ambiente grandioso e épico e acabou por deixar de lado o mais importante: uma combinação competente de jogabilidade, gráficos e enredo.

Entretanto, também não se trata de um jogo descartável, conseguindo muitas vezes emular um clima de filme épico, aliando momentos grandiosos com uma trilha sonora bem feita. De modo geral é uma aventura rápida para quem quer se divertir um pouco em batalhas da Roma antiga que poderá te divertir bastante, mas dificilmente entrará em sua galeria de melhores jogos.

Ryse: Son of Rome

0.00
6.9

Jogabilidade

4.5/10

Sons e Trilha

7.0/10

Diversão

6.5/10

Gráficos

9.0/10

Ambientação

7.5/10

Prós

  • Excelentes Gráficos
  • Cutscenes Adequadas à História
  • Músicas
  • Menu Dinâmico

Contras

  • Jogabilidade Repetitiva
  • Design dos Inimigos
  • Fator Replay

Postado por Helton Silva

Nascido em 1991 em Taubaté interior de São Paulo, formado em Engenharia Elétrica, trabalho na indústria automobilística e Corinthiano!
Comecei a jogar vídeo-games na década 90 com o melhor, na minha opinião, console já feito: Super Nintendo. Desde então já joguei consoles Nintendo, Sony, Microsoft e PC.
Consumidor assíduo da mídia podcast, entusiasta da leitura (aguardando a boa vontade de George R. R. Martin para finalizar As Crônicas de Gelo e Fogo) e do cinema e fã do esporte (Futebol e Automobilismo).
Desde 2020 participo do Fliperama de Boteco com análise de games, sempre buscando trazer uma visão mais contextualizada possível sem perder o bom humor, uma vez que para mim vídeo-game é, e sempre será, sobre tirarmos um tempo para nos divertir.

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