Death Elevator: um FPS com elementos roguelike e história interpretativa
O título Death Elevator desenvolvido pela Games From The Abyss e publicado pela QUByte Interactive é uma boa alternativa para quem quer uma diversão rápida e desafiadora.
O jogo está por R$ 24,90, no pacote com a trilha sonora official ele fica por R$ 26,87 (5% de desconto).
Se ficou curioso para ver o visual, então confira o trailer:
Gráficos simples que se destacam pela variedade de cores, muito bonito concorda?
A análise terá possíveis spoiler, portanto pule para a conclusão para ter um resumo e nota sem spoiler.
Enredo
O enredo do título é interpretativo, ou seja, vai depender do jogador. Há uma certa âncora de noção nas conquistas, já que elas são o único texto que é resultado da jogatina e que informa algo. Por exemplo:
“Eles sabiam disso, eu não conseguia mais me esconder“
Sinceramente, achei muito criativo esse uso de narrativa nas conquistas do jogo. Porém, não são todas as conquistas que “informam” algo e até as que informam não dão toda a informação concreta, ficando bem vago.
O que não é negativo, muito pelo contrário! Numa sociedade em que os diretores e criadores explicam tudo na obra ou fora dela e não deixam mistérios e subjetividades para o público consumidor pensar e criar suas próprias teorias, essa decisão de enredo interpretativo é ótima!
O Bang inicial
Eu tenho uma teoria: O jogador de alguma forma conseguiu uma segunda chance após ser morto pelo chefe (o homem de vermelho) de uma organização criminosa da qual fazia parte (já que a arma que usamos é roxa, assim como a dos vilões). O porquê de sua morte ainda é vago (Ele estava roubando da “organização”? Era algum agente da lei que estava em disfarce? Vai saber!). O que resulta em algum tipo de poder temporal, envolvendo loops e velocidade (já que ele consegue ver balas lentamente).
Se você jogou ou viu algum vídeo sobre, deixe a sua teoria nos comentários!
Trilha sonora e Visual
A trilha sonora se divide em ritmo acelerado e psicodélico/tenso e lento. Os nomes das OST são bem criativas e refletem o que elas expressam nos cenários as têm como trilha sonora.
Exemplo de Momento agitado
A “Urban Guts” por exemplo é bem acelerada e dá um ritmo de adrenalina, ela é usada em cenários de muita agitação e aparência urbana. Enquanto isso, a “Fadin Reality” é lenta e passa um ar de tempo arrastado, ela é usada em cenários que não há ação, primeiramente em um escritório.
Por fim e não menos importante, os cenários e visual do jogo são bem simples, mas chamativos pelo uso criativo das cores!
Os cenários iniciais são mais “pé no chão” e tem um certo seguimento lógico, todavia a medida que os andares vão ficando mais altos eles começam a não fazer sentido ou ficarem surreais. Há uma sequência, porém alguns níveis são alterados na “run” seguinte.
Jogabilidade
O Death Elevator é um jogo de tiro em primeira pessoa com elementos roguelike. O diferencial é a mecânica de vida e o tempo lento ou Slow Motion.
Basicamente: Se uma bala acertar o jogador, ele morre.
Para evitar ser alvejado o jogador pode esquivar ou atirar na bala ou inimigo com faca, que ao se aproximar causa um slow motion (o movimento da bala e inimigos ficam lentos), possibilitando uma janela de reação e decisão ao jogador.
Existe ainda o sensor de perigo, um setinha vermelha apontando de onde está vindo um ataque que se o jogador não evitar ele vai morrer.
Arsenal e Níveis
O arsenal jogo não tem muita quantidade, mas tem variedade. As armas presentes são: Espingarda (curto alcance, várias balas), Fuzil Automático (parece uma M14, alto poder de fogo), Uzi (pouco poder de fogo, muita balas), Lança Granadas (poucas balas, dano em área) e uma Sniper (um tiro por vez, alto dano, longa distância).
A arma base (a qual possui munição infinita) é uma Pistola (dano padrão, uma bala por vez, cor roxa).
Não há um “chefão”, mas sim sessões que variam a dificuldade (baseada na posição e quantidade de inimigos). A divisão de inimigos é: atiradores (usam pistolas, ataque a longa distância) e esfaqueadores (usam facas, ataca corpo-a-corpo).
Os níveis começam no andar 1 e vão subindo (há uma mudança de cenário em alguns níveis de tentativa em tentativa).
O Térreo
Se morrer, começa do térreo. Ele funciona como lobby, possui armas para o jogador escolher e as fantásticas escadas de lopping infinito!
Após 5 níveis, há uma folga. São cenários sem inimigos e que servem como respiro e meio de contar algo da história.
Durante os cenários é possível encontrar armas aleatórias para usar, se tiver outra ela troca imediatamente e ao acabar a munição volta para a pistola (mesmo que o jogador estivesse com outra arma).
Existem dois modos de jogo (o normal e o “hardcore”), a diferença é: não há slow motion quando uma bala ou inimigo for te esfaquear e não há o aviso de perigo.
Nível Psicodélico
Conclusão
O Death Elevator é um indie honesto na proposta, simples e bem feito! Com ênfase em diversão. Porém, ele não é um jogo fácil, se morrer começa do inicio de novo, porém já com uma arma melhor para escolher e começar bem (um clássico elemento roguelike).
O jogo está bem otimizado e não tive nenhum problema com performance. Versão Testada – PC/Steam
Apesar do “começa de novo”, ele não é um título longo. Já que se o jogador for com sangue nos olhos é possível finalizar em uns 12-13 minutos.
A estética e a trilha sonora são agradáveis e criativas, servindo muito bem em conjunto com a jogabilidade. Possuindo, como cereja no bolo, uma narrativa interpretativa para se criar teorias.
Creio que o ponto negativo na obra é o desafio e a repetição do elemento roguelike (voltar do inicio) que pode causar estresse e cansaço no longo prazo.
A proposta do jogo encaixa no gênero, causando aquela boa diversão e desafio curto com detalhes que deixam aquele brilho extra.
Vale a ficha!
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