Death Elevator: um FPS com elementos roguelike e história interpretativa

O título Death Elevator desenvolvido pela Games From The Abyss e publicado pela QUByte Interactive é uma boa alternativa para quem quer uma diversão rápida e desafiadora.

O jogo está por R$ 24,90, no pacote com a trilha sonora official ele fica por R$ 26,87 (5% de desconto).

Se ficou curioso para ver o visual, então confira o trailer:

Gráficos simples que se destacam pela variedade de cores, muito bonito concorda?

faixa de aviso de spoiler. ilustração vetorial isolada no fundo branco. 15395835 Vetor no VecteezyA análise terá possíveis spoiler, portanto pule para a conclusão para ter um resumo e nota sem spoiler.

Enredo

O enredo do título é interpretativo, ou seja, vai depender do jogador. Há uma certa âncora de noção nas conquistas, já que elas são o único texto que é resultado da jogatina e que informa algo. Por exemplo:

Eles sabiam disso, eu não conseguia mais me esconder

Sinceramente, achei muito criativo esse uso de narrativa nas conquistas do jogo. Porém, não são todas as conquistas que “informam” algo e até as que informam não dão toda a informação concreta, ficando bem vago.

O que não é negativo, muito pelo contrário! Numa sociedade em que os diretores e criadores explicam tudo na obra ou fora dela e não deixam mistérios e subjetividades para o público consumidor pensar e criar suas próprias teorias, essa decisão de enredo interpretativo é ótima!

O Bang inicial

Eu tenho uma teoria: O jogador de alguma forma conseguiu uma segunda chance após ser morto pelo chefe (o homem de vermelho) de uma organização criminosa da qual fazia parte (já que a arma que usamos é roxa, assim como a dos vilões). O porquê de sua morte ainda é vago (Ele estava roubando da “organização”? Era algum agente da lei que estava em disfarce? Vai saber!). O que resulta em algum tipo de poder temporal, envolvendo loops e velocidade (já que ele consegue ver balas lentamente).

Se você jogou ou viu algum vídeo sobre, deixe a sua teoria nos comentários!

Trilha sonora e Visual

A trilha sonora se divide em ritmo acelerado e psicodélico/tenso e lento. Os nomes das OST são bem criativas e refletem o que elas expressam nos cenários as têm como trilha sonora.

Exemplo de Momento agitado

A “Urban Guts” por exemplo é bem acelerada e dá um ritmo de adrenalina, ela é usada em cenários de muita agitação e aparência urbana. Enquanto isso, a “Fadin Reality” é lenta e passa um ar de tempo arrastado, ela é usada em cenários que não há ação, primeiramente em um escritório.

Por fim e não menos importante, os cenários e visual do jogo são bem simples, mas chamativos pelo uso criativo das cores!

Os cenários iniciais são mais “pé no chão” e tem um certo seguimento lógico, todavia a medida que os andares vão ficando mais altos eles começam a não fazer sentido ou ficarem surreais. Há uma sequência, porém alguns níveis são alterados na “run” seguinte.

Jogabilidade

O Death Elevator é um jogo de tiro em primeira pessoa com elementos roguelike. O diferencial é a mecânica de vida e o tempo lento ou Slow Motion.

Basicamente: Se uma bala acertar o jogador, ele morre.

Para evitar ser alvejado o jogador pode esquivar ou atirar na bala ou inimigo com faca, que ao se aproximar causa um slow motion (o movimento da bala e inimigos ficam lentos), possibilitando uma janela de reação e decisão ao jogador.

Existe ainda o sensor de perigo, um setinha vermelha apontando de onde está vindo um ataque que se o jogador não evitar ele vai morrer.

Arsenal e Níveis

O arsenal jogo não tem muita quantidade, mas tem variedade. As armas presentes são: Espingarda (curto alcance, várias balas), Fuzil Automático (parece uma M14, alto poder de fogo), Uzi (pouco poder de fogo, muita balas), Lança Granadas (poucas balas, dano em área) e uma Sniper (um tiro por vez, alto dano, longa distância).

A arma base (a qual possui munição infinita) é uma Pistola (dano padrão, uma bala por vez, cor roxa).

Não há um “chefão”, mas sim sessões que variam a dificuldade (baseada na posição e quantidade de inimigos). A divisão de inimigos é: atiradores (usam pistolas, ataque a longa distância) e esfaqueadores (usam facas, ataca corpo-a-corpo).

Os níveis começam no andar 1 e vão subindo (há uma mudança de cenário em alguns níveis de tentativa em tentativa).

O Térreo

Se morrer, começa do térreo. Ele funciona como lobby, possui armas para o jogador escolher e as fantásticas escadas de lopping infinito!

Após 5 níveis, há uma folga. São cenários sem inimigos e que servem como respiro e meio de contar algo da história.

Durante os cenários é possível encontrar armas aleatórias para usar, se tiver outra ela troca imediatamente e ao acabar a munição volta para a pistola (mesmo que o jogador estivesse com outra arma).

Existem dois modos de jogo (o normal e o “hardcore”), a diferença é: não há slow motion quando uma bala ou inimigo for te esfaquear e não há o aviso de perigo.

Nível Psicodélico

Conclusão

O Death Elevator é um indie honesto na proposta, simples e bem feito! Com ênfase em diversão. Porém, ele não é um jogo fácil, se morrer começa do inicio de novo, porém já com uma arma melhor para escolher e começar bem (um clássico elemento roguelike).

O jogo está bem otimizado e não tive nenhum problema com performance. Versão Testada – PC/Steam

Apesar do “começa de novo”, ele não é um título longo. Já que se o jogador for com sangue nos olhos é possível finalizar em uns 12-13 minutos.

A estética e a trilha sonora são agradáveis e criativas, servindo muito bem em conjunto com a jogabilidade. Possuindo, como cereja no bolo, uma narrativa interpretativa para se criar teorias.

Creio que o ponto negativo na obra é o desafio e a repetição do elemento roguelike (voltar do inicio) que pode causar estresse e cansaço no longo prazo.

A proposta do jogo encaixa no gênero, causando aquela boa diversão e desafio curto com detalhes que deixam aquele brilho extra.

Vale a ficha!

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