Introdução: O Lado Zen dos Videogames

Vivemos em um mundo acelerado, onde as obrigações e cobranças são constantes. Trabalhamos o dia inteiro, enfrentamos o trânsito, administramos uma lista interminável de tarefas e, quando finalmente chegamos em casa, muitas vezes ligamos o videogame para nos entreter. Mas será que todo jogo precisa ser uma batalha, uma competição ou um quebra-cabeça complexo? E se, em vez disso, o videogame pudesse ser um espaço de relaxamento, contemplação e paz?

Neste artigo, vamos explorar jogos contemplativos, aqueles que não exigem reflexos rápidos ou soluções engenhosas. Jogos que convidam o jogador a desacelerar, a absorver o ambiente e simplesmente curtir a jornada. Vamos sugerir experiências que vão muito além dos gêneros tradicionais e podem ser um verdadeiro refúgio para quem precisa de um respiro no meio do caos.


O Que Define um Jogo Contemplativo?

Nem todo jogo relaxante é, necessariamente, contemplativo. Jogos de simulação como Stardew Valley, por exemplo, podem ser relaxantes, mas ainda carregam um certo grau de obrigação e gestão de tempo. Jogos contemplativos são aqueles que oferecem:

  • Uma abordagem livre: sem pressão, sem urgência.
  • Ambientes belos e imersivos: gráficos, trilha sonora e ambientação que favorecem a imersão.
  • Jogabilidade minimalista: sem mecânicas complexas, apenas exploração e contemplação.
  • Narrativas subjetivas ou poéticas: jogos que deixam espaço para interpretações e sentimentos.

Agora que entendemos os critérios, vamos às recomendações!


Journey (2012) – PS3, PS4, PC

Provavelmente o primeiro jogo que vem à mente quando falamos de contemplação, Journey é uma experiência inesquecível. Desenvolvido pela Thatgamecompany, o jogo coloca o jogador em um vasto deserto, sem falas, sem HUD e sem explicações.

O objetivo? Seguir em direção a uma montanha no horizonte. No caminho, podemos encontrar outros jogadores online, mas sem nomes ou comunicação direta. Apenas interações sutis através de sons e movimentos. Com uma trilha sonora emocionante e visuais de tirar o fôlego, Journey é um jogo que mais parece um poema interativo.

 

Journey – A inspiração pra nossa arte da capa

 


Flower (2009) – PS3, PS4, PC

Do mesmo estúdio de Journey, Flower é um jogo onde o jogador controla o vento e guia pétalas de flores por campos vastos e coloridos. Sem desafios, sem inimigos, apenas a liberdade de planar pelos cenários e interagir com a natureza ao seu redor.

Cada fase representa um contraste entre a vida urbana e a beleza da natureza, fazendo com que o jogo se torne quase uma experiência meditativa. Perfeito para desligar a mente e apenas apreciar a jornada.

Flower

Abzû (2016) – PS4, Xbox One, Switch, PC

Se Journey fosse debaixo d’água, ele seria Abzû. Criado por Matt Nava, ex-diretor de arte de Journey, o jogo é uma imersão no oceano, permitindo que o jogador explore profundezas belíssimas repletas de vida marinha.

Sem combates ou desafios, Abzû é uma experiência focada em descobertas e contemplação, acompanhada por uma trilha sonora soberba. Perfeito para quem sempre quis mergulhar no oceano sem pressa.

Abzû

Endless Ocean (2007) e Endless Ocean 2 (2009) – Wii

A franquia Endless Ocean leva a exploração submarina a outro nível. Como um mergulhador, o jogador explora ambientes marítimos cheios de fauna exótica, podendo interagir com diversas espécies e descobrir segredos escondidos no fundo do mar.

Sem pressa, sem objetivos rígidos, Endless Ocean é uma experiência sensorial única, perfeita para quem gosta de oceanos e mistérios marinhos.

O Meu favorito ainda é o primeiro

The Witness (2016) – PS4, Xbox One, PC

Embora tenha quebra-cabeças, The Witness é muito mais sobre exploração e percepção do ambiente. Ambientado em uma ilha misteriosa, o jogo convida o jogador a observar, pensar e conectar-se com o mundo ao redor.

Sem pressão, sem timers, apenas o prazer de desvendar os segredos do lugar. A direção de arte minimalista e a ambientação sonora fazem dele uma experiência relaxante e introspectiva.

The Witness

Proteus (2013) – PS3, PS Vita, PC

Se existe um jogo que se encaixa perfeitamente na definição de “experiência contemplativa”, é Proteus. Sem objetivos claros, sem desafios, apenas um mundo gerado proceduralmente para ser explorado.

Cada lugar tem uma atmosfera única e reage ao jogador através da trilha sonora dinâmica, criando um efeito de sinestesia fascinante. É um jogo para se perder sem compromisso e deixar a mente viajar.

Esse tem até pro Vita heim?!?!

Conclusão: A Arte de Jogar Sem Pressa

Os jogos contemplativos são uma resposta à era da hiperatividade digital. Eles nos lembram que não precisamos sempre competir, resolver problemas ou enfrentar desafios. Às vezes, basta apenas existir dentro de um mundo virtual bonito e tranquilo.

Se você está precisando de uma pausa, experimente um desses jogos e deixe-se levar pela experiência. Afinal, no fim do dia, os videogames também podem ser um refúgio para a mente e para a alma.