StarVaders não é apenas mais um roguelike tático: ele oferece um dos sistemas de combate mais estranhamente criativo do gênero. A estrutura central da jogabilidade é construída sobre três pilares: movimentação em grade, uso de cartas com gerenciamento de calor, e construção de baralho dinâmica a cada jogada. A soma desses elementos cria um loop viciante e intelectualmente envolvente.
Confesso que só passei a curtir esse estilo de jogo depois de mergulhar em Vampire Survivors e Mullet Madjack. Antes disso, eu não dava muita bola para esse tipo de ação caótica e tática em tempo real, mas esses dois títulos me fisgaram com sua mistura viciante de desafio, progressão acelerada e aquela sensação constante de que a qualquer momento tudo pode sair do controle — no melhor sentido possível.
Jogabilidade
A tela de batalha lembra jogos táticos clássicos: uma grade onde o jogador posiciona seu mecha para atacar, se defender ou desviar de inimigos. Mas, ao contrário de jogos táticos como Advance Wars (visão lateral) ou Into the Breach (visão isométrica), onde os comandos são dados diretamente ao pressionar botões, StarVaders adota uma abordagem única: com visão top-down, todas as ações — movimentação, ataques e habilidades — são executadas exclusivamente através de cartas, o que adiciona uma camada estratégica e imprevisível ao combate.
Você precisa pensar em posicionamento, alcance dos inimigos, ordem das jogadas, e ainda considerar o aquecimento do seu mecha, que pode limitar suas ações se mal gerenciado.
Seu arsenal é construído, turno a turno e cada carta representa uma ação possível:
- Movimentação: avança ou recua algumas casas;
- Ataque direto: lasers, mísseis, rajadas de energia, etc.;
- Habilidades especiais: buffs, curas, escudos, debuffs nos inimigos;
- Cartas táticas: manipulação de tempo, posicionamento inimigo, etc.
Escolha entre 3 poderosos mechs, cada um com estilos de jogo e mecânicas completamente distintos. Domine 10 pilotos diferentes, cada um adicionando novas cartas, habilidades únicas e uma história pessoal! O mais fascinante é que todas as cartas (são mais de 400 cartas e artefatos exclusivos!) geram calor, um recurso que representa o sobreaquecimento do mecha. Se o calor acumulado ultrapassar o limite, você sofre penalidades — inclusive o bloqueio de cartas futuras por alguns turnos. Isso faz com que cada decisão tenha peso real em combate.
A variedade de inimigos é um dos grandes trunfos do jogo, deixando os combates sempre imprevisíveis. Há criaturas que respondem diretamente às suas ações, grupos que agem em sincronia e monstros velozes que colocam pressão constante no campo de batalha. Essa diversidade obriga o jogador a se adaptar o tempo todo, transformando cada confronto em um verdadeiro quebra-cabeça tático.
Os chefes são um espetáculo à parte, com batalhas criativas e desafiadoras que quebram a rotina. Enfrentar um Kraken robótico exige desmontar seus tentáculos antes de atacar o núcleo; já o duelo com o Grão-Mestre lembra uma intensa partida de xadrez com regras próprias; e quando Nessie aparece, o desafio é conter seus ataques e impedir que ela devore outras criaturas para aumentar a devastação. Esses momentos inesperados elevam o nível do design e deixam cada luta com cara de evento especial.
A cada nova tentativa (run), você desbloqueia:
- Novas cartas para adicionar ao baralho;
- Artefatos que modificam o comportamento de cartas ou sua economia de calor;
- Pilotos com habilidades passivas únicas;
- E mechas com especializações distintas (tanques, atacantes de longo alcance, suporte).
Isso resulta em uma progressão viciante, onde você quer experimentar novas sinergias:
- Baralhos focados em ataques rápidos e leves;
- Estratégias baseadas em controle e armadilhas;
- Builds centradas em ataques massivos de calor, com mitigação inteligente.
Por fim, StarVaders se destaca como uma joia indie ao combinar uma jogabilidade incrivelmente estratégica com uma apresentação visual de tirar o fôlego. Cada combate é uma dança cuidadosamente coreografada entre cartas, posicionamento e risco calculado — um prato cheio para quem gosta de pensar a cada turno. A direção de arte em pixel art é vibrante, detalhada e cheia de personalidade, trazendo vida a cada mecha, inimigo e cenário espacial. Com animações fluidas e efeitos visuais marcantes, o jogo consegue ser visualmente impactante sem sobrecarregar a tela, tornando cada partida não só desafiadora, mas também um espetáculo visual envolvente.
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Sobre The Pengonauts
The Pengonauts (anteriormente StarVaders Studio) é uma equipe de três pessoas sediada em Montreal que entrega títulos únicos, divertidos e memoráveis para compartilhar com a comunidade gamer. StarVaders é o primeiro título comercial e projeto de paixão. Saiba mais sobre Pengonauts em https://pengonauts.com
Sobre Joystick Ventures
Joystick Ventures é uma empresa de investimento e publicação sediada na Califórnia, cujo principal objetivo é encorajar desenvolvedores independentes a permanecerem honestos e promover a experimentação para ultrapassar os limites do design de jogos em todos os gêneros, estilos e geografias. Eles são mais conhecidos por seu lançamento de 2022, Lost in Play, que vendeu mais de 200.000 cópias.
Importante
*StarVaders analisado no PC (STEAM), em cópia digital gentilmente cedida ao Fliperama de Boteco por parte da Editora.
