Jogos Contemplativos: Quando o Videogame Vira um RefĂșgio Tranquilo

Rodrigo Reche
Publicado em: 21 de março de 2025
6 Min Read

Introdução: O Lado Zen dos Videogames

Vivemos em um mundo acelerado, onde as obrigaçÔes e cobranças são constantes. Trabalhamos o dia inteiro, enfrentamos o trùnsito, administramos uma lista interminåvel de tarefas e, quando finalmente chegamos em casa, muitas vezes ligamos o videogame para nos entreter. Mas serå que todo jogo precisa ser uma batalha, uma competição ou um quebra-cabeça complexo? E se, em vez disso, o videogame pudesse ser um espaço de relaxamento, contemplação e paz?

Neste artigo, vamos explorar jogos contemplativos, aqueles que nĂŁo exigem reflexos rĂĄpidos ou soluçÔes engenhosas. Jogos que convidam o jogador a desacelerar, a absorver o ambiente e simplesmente curtir a jornada. Vamos sugerir experiĂȘncias que vĂŁo muito alĂ©m dos gĂȘneros tradicionais e podem ser um verdadeiro refĂșgio para quem precisa de um respiro no meio do caos.


O Que Define um Jogo Contemplativo?

Nem todo jogo relaxante é, necessariamente, contemplativo. Jogos de simulação como Stardew Valley, por exemplo, podem ser relaxantes, mas ainda carregam um certo grau de obrigação e gestão de tempo. Jogos contemplativos são aqueles que oferecem:

  • Uma abordagem livre: sem pressĂŁo, sem urgĂȘncia.
  • Ambientes belos e imersivos: grĂĄficos, trilha sonora e ambientação que favorecem a imersĂŁo.
  • Jogabilidade minimalista: sem mecĂąnicas complexas, apenas exploração e contemplação.
  • Narrativas subjetivas ou poĂ©ticas: jogos que deixam espaço para interpretaçÔes e sentimentos.

Agora que entendemos os critérios, vamos às recomendaçÔes!


Journey (2012) – PS3, PS4, PC

Provavelmente o primeiro jogo que vem Ă  mente quando falamos de contemplação, Journey Ă© uma experiĂȘncia inesquecĂ­vel. Desenvolvido pela Thatgamecompany, o jogo coloca o jogador em um vasto deserto, sem falas, sem HUD e sem explicaçÔes.

O objetivo? Seguir em direção a uma montanha no horizonte. No caminho, podemos encontrar outros jogadores online, mas sem nomes ou comunicação direta. Apenas interaçÔes sutis através de sons e movimentos. Com uma trilha sonora emocionante e visuais de tirar o fÎlego, Journey é um jogo que mais parece um poema interativo.

 

Journey – A inspiração pra nossa arte da capa

 


Flower (2009) – PS3, PS4, PC

Do mesmo estĂșdio de Journey, Flower Ă© um jogo onde o jogador controla o vento e guia pĂ©talas de flores por campos vastos e coloridos. Sem desafios, sem inimigos, apenas a liberdade de planar pelos cenĂĄrios e interagir com a natureza ao seu redor.

Cada fase representa um contraste entre a vida urbana e a beleza da natureza, fazendo com que o jogo se torne quase uma experiĂȘncia meditativa. Perfeito para desligar a mente e apenas apreciar a jornada.

Flower

AbzĂ» (2016) – PS4, Xbox One, Switch, PC

Se Journey fosse debaixo d’água, ele seria AbzĂ». Criado por Matt Nava, ex-diretor de arte de Journey, o jogo Ă© uma imersĂŁo no oceano, permitindo que o jogador explore profundezas belĂ­ssimas repletas de vida marinha.

Sem combates ou desafios, AbzĂ» Ă© uma experiĂȘncia focada em descobertas e contemplação, acompanhada por uma trilha sonora soberba. Perfeito para quem sempre quis mergulhar no oceano sem pressa.

AbzĂ»

Endless Ocean (2007) e Endless Ocean 2 (2009) – Wii

A franquia Endless Ocean leva a exploração submarina a outro nível. Como um mergulhador, o jogador explora ambientes marítimos cheios de fauna exótica, podendo interagir com diversas espécies e descobrir segredos escondidos no fundo do mar.

Sem pressa, sem objetivos rĂ­gidos, Endless Ocean Ă© uma experiĂȘncia sensorial Ășnica, perfeita para quem gosta de oceanos e mistĂ©rios marinhos.

O Meu favorito ainda Ă© o primeiro

The Witness (2016) – PS4, Xbox One, PC

Embora tenha quebra-cabeças, The Witness é muito mais sobre exploração e percepção do ambiente. Ambientado em uma ilha misteriosa, o jogo convida o jogador a observar, pensar e conectar-se com o mundo ao redor.

Sem pressĂŁo, sem timers, apenas o prazer de desvendar os segredos do lugar. A direção de arte minimalista e a ambientação sonora fazem dele uma experiĂȘncia relaxante e introspectiva.

The Witness

Proteus (2013) – PS3, PS Vita, PC

Se existe um jogo que se encaixa perfeitamente na definição de “experiĂȘncia contemplativa”, Ă© Proteus. Sem objetivos claros, sem desafios, apenas um mundo gerado proceduralmente para ser explorado.

Cada lugar tem uma atmosfera Ășnica e reage ao jogador atravĂ©s da trilha sonora dinĂąmica, criando um efeito de sinestesia fascinante. É um jogo para se perder sem compromisso e deixar a mente viajar.

Esse tem até pro Vita heim?!?!

ConclusĂŁo: A Arte de Jogar Sem Pressa

Os jogos contemplativos são uma resposta à era da hiperatividade digital. Eles nos lembram que não precisamos sempre competir, resolver problemas ou enfrentar desafios. Às vezes, basta apenas existir dentro de um mundo virtual bonito e tranquilo.

Se vocĂȘ estĂĄ precisando de uma pausa, experimente um desses jogos e deixe-se levar pela experiĂȘncia. Afinal, no fim do dia, os videogames tambĂ©m podem ser um refĂșgio para a mente e para a alma.

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Nascido em 1981, comecei minha jornada nos videogames aos 3 anos, com um joystick na mĂŁo e um Atari 2600 na TV. Corinthiano roxo, fĂŁ incondicional dos Engenheiros do Hawaii e aspirante a "baixeiro" nas horas vagas, tento equilibrar o groove do contrabaixo com a paixĂŁo por tecnologia. Formado em CiĂȘncia da Computação e pĂłs-graduado como Engenheiro de IA, sigo explorando o mundo digital e revisitando clĂĄssicos dos games, sempre com um toque de nostalgia e bom humor. Ah, e o mais importante: pai do Leonardo, meu player 2 na vida.