Pensem comigo: O que seria mais legal do que um jogo no melhor estilo Beat’em up (ou briga de rua se preferir), com jogadores de Baseball? E se os jogadores fossem robôs ao melhor estilo Megaman? E se além de tudo isso ainda fossem ninjas? Pois é meus amigos isso é Ninja Baseball Bat Man.
Lançado para os arcades em 1993 pela pouco conhecida Irem. Seguindo os moldes de jogos já consagrados como Tartarugas Ninja, X-Men e The Simpsons o jogo permite até quatro jogadores simultâneos.
O que torna o jogo de hoje especial é o fato de misturar tantos elementos distintos em um único lugar de maneira muito competente e divertida.
Enredo
Ninja Baseball Bat Man conta a história de 4 robôs jogadores de baseball que são recrutados para recuperar seis itens de baseball que foram roubados do Hall da Fama por uma sociedade secreta chamada Jado.
O Plot é bem simples como era comum nos jogos desse gênero naquela época. Mas convenhamos uma história elaborada é o que menos interessa em um jogo com essa proposta.
Nossos Heróis
Ao iniciar Ninja Baseball Bat Man podemos escolher entre quatro personagens disponíveis cada um com suas próprias características, pontos fortes e fracos. São eles: Captain Jose, Twinbats Ryno, Beanball Roger e Stick Straw.
Parecido com as séries tokusatsu da mesma época cada robô tem a sua cor predominante. Jose carrega consigo a cor vermelha e é o personagem mais balanceado. Ryno leva a cor verde e é o personagem mais rápido. Roger é o amarelo e também o mais forte do grupo e por último Straw é o personagem na cor azul e o que possui mais alcance entre todos os anteriores.
Fase a Fase
Ninja Baseball Bat Man tem um total de sete fases onde em cada uma das seis primeiras um dos itens roubados é recuperado. E na última fase temos o confronto final e a descoberta de quem está por trás dos planos de Jado.
Seattle
Um grande passeio pelo aeroporto de Seattle. Começamos em um lugar que se parece muito com uma pista para pouso e decolagem. Um pouco mais a frente enfrentamos alguns inimigos dentro de um imenso hangar até chegar finalmente dentro de uma aeronave onde o primeiro chefão está esperando. Seu nome é: Windy Plane e como o nome já sugere é um imenso robô avião.
Ao derrota-lo conseguimos o primeiro item de volta: Um taco de Baseball.
Cisco
Uma clara referência à cidade de São Francisco na Califórnia, essa fase começa sobre a famosa ponte. Aqui logo no começo da fase podemos guiar um carro, que funciona como um power up temporário nos deixando imunes e podendo atropelar todos os inimigos no caminho. Esse ítem é recorrente durante todo o jogo e está presente em quase todas as fases.
Um pouco mais adiante enfrentamos um sub-chefe formado por diversas bolas de Baseball. Após derrota-lo somos levados para o próximo segmento dessa fase e continuamos a pancadaria a bordo de um luxuoso navio.
O terceiro e último trecho dessa fase é no píer onde seguimos avançando até o encontro com o chefe: Um Bug chamado Mad Lax (Uma clara referência ao filme Mad Max). Ao acabar com ele recebemos de volta o segundo objeto roubado: uma bola de Baseball.
Las Vegas
Aqui como não poderia deixar de ser todos os inimigos e cenário fazem referência a cidade de Las vegas e seus famosos cassinos.
Após percorrer o que parece ser um corredor de um grande hotel com muitas entradas para cassinos somos levados para uma sala de jogos propriamente dito com uma decoração que nos remete aos infames jogos de aposta em roletas.
O Chefe dessa fase se chama Defending Slot e é uma grande máquina cassa níqueis com garras que lembram um caranguejo. Após derrota-la recuperamos o boné.
Texas
O próximo desafio é no Texas e aqui percorremos uma cidade fantasma no meio do deserto no melhor estilo velho-oeste americano.
Percorrendo os caminhos do cenário somos levados para uma grande casa mal-assombrada. Temos novamente que enfrentar o sub-chefe formado pelas bolas de Baseball.
Um pouco mais a frente ainda dentro da casa o Chefe Ghost Buffalo nos espera. E como o nome já sugere a batalhe é contra um grande búfalo, ou o que sobrou dele, possuído por algum espírito que lhe dá vida em conjunto com outros objetos inanimados do local.
Após a batalha que não apresenta muita dificuldade recebemos de volta a luva.
Florida
A fase se inicia em uma auto estrada a beira de um pântano característico do local. Um pouco mais adiante somos levados para o interior de uma grande fábrica onde parece que os robôs inimigos são fabricados.
Aqui tudo te ataca a quantidade inimigos pelo cenário começa a aumentar e culmina com a batalha contra o chefe Mechanical Alligator. Afinal de contas estamos na Flórida.
Após uma dura batalha conseguimos como recompensa as sapatilhas.
Chicago
Aqui temos mais um grande clichê: Gângster! A cidade está enfestada deles. Cachorros vestindo sobretudo, chapéus e carregando imensas metralhadoras. Afinal pra que precisamos dar sentido às coisas não é mesmo?
Essa é a fase mais monótona do jogo, não temos variações de cenário e nem mesmo de inimigos.
Após percorrer pela mesma rua até o final chegamos ao chefe. Mais um cachorro, dessa vez maior e mais equipado que se chama Makeshift Villain (Pegaram a referência? Makeshift… Make Shit).
Após acabar com a raça do vira-latas (Piada sem graça essa….) conseguimos o último item roubado a estátua.
New York
Quando finalmente conseguimos juntar todos os itens faltante descobrimos quem está por trás do roubo e da sociedade Jado. E cabe aos nossos heróis colocar um fim de uma vez por todas nessa organização.
A fase começa sobre um estádio de Baseball, nas estruturas superiores com a “Big Apple” ao fundo. Aqui o bicho pega. Inimigos por todos os lados.
Um pouco mais a frente descemos para o campo de jogo e seguimos avançando até enfrentar novamente o Sub-Chefe formado pelas famigeradas bolas de Baseball. A mesma estratégia utilizada nos últimos encontros também funciona aqui.
Avançando um pouco mais nos confrontamos novamente com o chefe da primeira fase. Sim! Windy Plane está de volta. Mas calma é apenas ele os demais chefes não aparecem aqui.
Após essa batalha finalmente estamos cara a cara com o chefe final que se intitula The King Babe. Uma referência ao famoso jogador profissional de Baseball Babe Ruth.
O desafio aqui é maior o Babe ataca de perto e também tem golpes que acertam a distância. O segredo aqui é identificar o padrão e partir para o ataque sem piedade.
Após derrota-lo somos presenteados com a cena final e os créditos do jogo.
Gráficos
Talvez a parte gráfica seja o grande diferencial de Ninja Baseball Bat Man. Os sprites são grandes, bem definidos e muito coloridos. É possível notar o cuidado dos animadores em cada quadro ou expressão do personagem.
O carinho é tanto que até a foto que fica ao lado do medidor de vida com o rosto do personagem vai sofrendo alterações conforme levamos dano. Combates com os chefes são um show a parte. Os inimigos vão perdendo peças conforme vão sofrendo ataques é realmente muito bonito.
Todas as fases, talvez com exceção de Chicago possuem um plano de fundo interessante e muito bem detalhado. Na primeira fase, em Seattle, por exemplo é possível ver o chefe em um Banner exibido logo no comecinho.
Não é foram raras as vezes que eu me peguei com um sorriso no canto da boca após assistir a uma animação refinada de movimentos do meu personagem.
Sons
Aqui talvez seja o calcanhar de Aquiles de Ninja Baseball Bat Man. Tanto as músicas quanto os efeitos sonoros são medíocres, pra não dizer ruins. As músicas são completamente esquecíveis e chega a incomodar um pouco por conta da repetição e da falta de qualidade durante o jogo. Os efeitos sonoros também sofrem da falta de qualidade. Parecem não se encaixar no jogo. Mesmo os sons de golpes que são a grande maioria não transmitem sensação de impacto.
Como estamos falando de um Beat’em up a qualidade dos sons não chega a atrapalhar a experiência. O jogo tem inúmeras outras qualidades que superam esse deslize. Sendo assim, minha recomendação é: Um bom par de ouvidos e o Podcast Fliperama de Boteco rolando enquanto você se diverte com Ninja Baseball Bat Man.
Jogabilidade
Aqui certamente temos execuções dignas de aplausos.A primeira grande inovação é a inclusão de dois “Bonus Stage” entre as fases tradicionais. Algo muito parecido com o que vimos em Mortal Kombat quebrando madeiras, bigornas e até diamantes. Aqui a ideia é exatamente a mesma: Esmagar botões para estourar bolinhas de baseball. Não é original, mas foi a primeira vez que eu vi algo assim em um jogo de briga de rua.
Outro fator que merece uma observação é o sistema de combo que foje do tradicional esmagar de botões. Aqui cada personagem tem um ataque normal, um pulo, um ataque especial e um combo juntando tudo isso. Antes de começar a pancadaria, ainda na tela de título Ninja Baseball Bat Man ensina e demonstra como executar o combo de cada personagem. E a utilização desses combos fazem uma baita diferença, principalmente contra os chefes.
Outro fator que me chamou atenção foi a diferença real entre a jogabilidade de cada personagem. Eles são muito distintos entre si, e não é só na aparência, cada um tem um estilo próprio que o jogador demora um pouco para se adaptar. Meus favoritos são: Jose e Roger.
Considerações Finais
Podemos dizer que Ninja Baseball Bat Man é um jogo underground porque é pouco conhecido, mas isso de maneira nenhuma é demérito. O jogo realmente é muito bom. Digno de estar em algumas listas de melhores Beat’em up para os arcades.
É muito prazeroso jogar Ninja Baseball Bat Man, e a cada nova jogatina aquela sensação gostosa de estar dominando o jogo fica mais forte. Vamos aprendendo novos combos, decorando padrões dos inimigos e nos adaptando melhor ao nosso personagem favorito.
O jogo não é longo, dá para terminar todo ele em 35 ou 40 minutos. Mas a diversão é garantida. Espero que tenham gostado e que realmente experimentem o jogo. O propósito nessa seção é realmente apresentar jogos bons e que talvez vocês não conheçam. Com isso vamos abrindo o leque de opções e experimentando coisas novas de qualidade.
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