in

Análise Go! Go! Ackman

Análise Go! Go! Ackman

Go! Go! Ackman é um jogo de plataforma baseado no mangá de mesmo nome desenhado por nada mais, ninguém menos, que o mestre Akira Toriyama. Lançado pela Banpresto para o Super Famicom no Japão para as vendas de natal do ano 1994. Aqui no ocidente o jogo é pouco conhecido.

Assim como no mangá o jogo conta de uma maneira muito bem-humorada a história de Ackman, um demônio adormecido que desperta após um sono de 50 anos e parte em busca de seres humanos para capturar suas almas e vende-las para o senhor das trevas.

Ackman conta com a ajuda de seu amigo Goddon, um pequeno demônio alado, que fica encarregado de capturar as almas das pessoas abatidas por Ackman em um pequeno pote de vidro, além também de ser responsável pelos diálogos mais cômicos do jogo.

Tentando colocar um ponto final nas pretensões de Ackman está o anjo Tenshi e sua legião de querubins vindo diretamente do paraíso.

Tenshi não mede esforços para tentar impedir o jovem demônio de continuar sua coleta de almas e para isso também faz uso de recursos pouco convencionais para uma criatura celeste, contratando mercenários, lutadores e qualquer um disposto a eliminar nosso pequeno demônio.

Arte da capa japonesa

O Jogo

O que mais me chamou a atenção quando vi a arte da capa desse jogo pela primeira vez foi a semelhança entre Ackman com Trunks da série Dragon Ball. Comecei minha jogatina sem saber que o jogo era baseado em uma obra de Toriyama. Logo, comecei a observar outras referências ao universo de Dragon Ball, e isso me cativou cada vez mais. Apenas ao terminar Go! Go! Ackman vi a referência ao nome de Toriyama nos créditos e tudo fez sentido. O game tem tudo o que um bom jogo de plataformas precisa ter: Level Design na medida certa, curva de dificuldade suave, variações de jogabilidade e personagens pra lá de carismáticos. Realmente uma pérola que passou batido no console 16-Bits da Nintendo, pelo menos, para nós ocidentais. O jogo teve ainda duas continuações (Go! Go! Ackman 2 e Go! Go! Ackman3) também para o Super Famicom.

Jogabilidade

Go! Go! Ackman segue a cartilha básica de todo jogo de plataforma. Temos um botão de pulo, um de ataque e um terceiro botão para usar bombas. Os inimigos podem ser destruídos saltando sobre as suas cabeças ou atacados com socos. Durante as fases podemos recolher algumas armas que facilitam o acerto nos inimigos. Temos uma pistola, um tipo de foice e também a própria espada de Ackman. Essas armas facilitam muito a vida do jogador, mas são perdias quando sofremos qualquer dano.

As bombas também encontradas pela fase podem ser acumuladas até o máximo de 3 unidades e quando arremessadas atinge todos os inimigos na tela. Outro item que pode ser encontrado em algumas poucas fases é um crânio garante uma invencibilidade temporária para Ackman funcionando como a estrelinha do Mário. Itens de corações como já podemos imaginar recupera a energia do personagem.

Ackman também conta com uma habilidade de Dash que é ativada ao pressionar o botão direcional para baixo juntamente com o botão de pulo. Essa habilidade é bem parecida com a rasteira do Megaman e pode ajudar a passar por algumas armadilhas que exigem mais velocidade. A ação do jogo acontece toda no tradicional movimento lateral da esquerda para direita e algumas poucas passagens onde nos deslocamos na vertical. Variações na jogabilidade acontecem quando percorremos fases em que nosso personagem pilota um carro ou está nadando (Sim, temos fase da água!).

Os comandos respondem muito bem aos movimentos do personagem e são bastante precisos evitando assim frustrações com mortes por conta do controle em si. Ao eliminar qualquer inimigo sua alma aparece na tela em forma de uma pequena bola amarela e é capturada no mesmo instante por Goddon. A cada 100 almas coletadas uma vida é adicionada ao marcador, além de garantir uma melhor pontuação ao final de cada fase.

Se liga nessa referência ao Goku

Gráficos

Junto com a jogabilidade os gráficos são os pontos fortes de Go! Go! Ackman. Não tinha como ser diferente levando-se em conta que temos algo baseado em uma obra de Toriyama. O cenário é extremamente colorido e bem detalhado. Temos efeitos de o já conhecido efeito de paralax nas fases e aqui novamente não temos como não fazer relação com o universo de Dragon Ball.

O desenho dos Sprites em si é uma obra-prima. Tanto Ackman quanto os principais inimigos possuem animações belíssimas. A direção de arte do jogo opta por um estilo mais cartunesco e que não se esforça nem um pouco para parecer real, assim como deve ser. Mas apesar de não tentar copiar a vida real, todo o universo de Go! Go! Ackman é crível, ou seja, você compra a ideia de que aquele mundo apresentado na tela existe.

Temos ótimas Cutscenes na abertura e também entre uma fase e outra. Os diálogos aqui, assim como todo o jogo leva bastante para o lado do humor e são muito bem escritos. Minha recomendação é que busquem uma Rom já traduzida para o português ou mesmo a versão em inglês para poder aproveitar o máximo da experiência. Vale muito a Pena!

Página do mangá. Essa garota é uma das Subchefes

Sons

A qualidade sonora de Go! Go! Ackman é satisfatória. Não temos nenhum grande hit ou música que vai ficar grudada na sua cabeça, mas mesmo assim cumprem bem o papel durante a jogatina.

Com uma batida competente as músicas do jogo conseguem transmitir as sensações que estamos vivenciando na tela e tudo parece fazer parte de um grande conjunto de maneira harmoniosa.

Os efeitos sonoros também são bem trabalhados, mas me soaram um pouco repetitivo. Talvez o time responsável devesse trabalhar um pouco mais para lapidar esse ponto. Mas de qualquer maneira nada que estrague a experiência.

Fase a Fase

Não vou fazer aqui um detalhamento fase a fase do jogo, porque um dos diferenciais de Go! Go! Ackman é permitir que o usuário escolha por qual caminho ele quer seguir em determinados momentos do jogo. Isso mesmo que você acabou de ler. Temos diversas bifurcações ao longo do jogo que nos leva a caminhos e desafios diferentes, de acordo com as escolhas de cada jogador. Mas tudo o que se espera de um jogo nesse estilo está presente: Temos fase na cidade, floresta, vulcão, água e até mesmo no Egito. Muitas fases são divididas em duas áreas e apresentam uma batalha contra um subchefe tornando as coisas ainda mais animadas.

Nenhuma fase é muito longa e ao menos para mim deixaram a sensação de ser do tamanho ideal. Nada de fases gigantes e intermináveis. Como mencionado acima as variações com os carros e mesmo submersos não deixam o jogo cair na rotina.

Arte Go! Go! Ackman

Considerações Finais

Go! Go! Ackman para mim foi uma grata surpresa. Descobri o jogo totalmente por acaso enquanto navegava na minha imensa lista de jogos do Raspberry Pi a procura de algum jogo desconhecido para jogar.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi a óbvia semelhança entre Ackman e o Trunks quando criança no Dragon Ball Z.

Joguei todo o game sem fazer ideia de que se tratava de uma adaptação de um mangá do criador de Dragon Ball. Na verdade, só fiz essa descoberta quando vi o nome Toriyama sendo creditado no fim do jogo.

Mesmo Sem saber dessa relação me diverti tanto jogando que cheguei à conclusão de que o jogo funciona sozinho, ou seja, mesmo quem não conhece o mangá ou mesmo a obra do pai de Dragon Ball pode se divertir igualmente.

Go! Go! Ackman pelo menos para mim foi aquela joia perdida da geração que me deu a muita satisfação em conhecer, mesmo que tardiamente. Go! Go! Ackman já entrou na minha lista de jogos preferidos para o Super Famicom.

Postado por Guilherme Ferrari

Aqui é o Guilherme, GZ, hoster do podcast!

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Loading…

Fliperama de Boteco #165 - Gameshow: 25 jogos parte 2

Fliperama de Boteco #165 – Gameshow: 25 jogos parte 2

Saiyuuki World 2: O meu jogo perdido

O meu jogo perdido