,Lançado pela Konami em janeiro de 1992 para o NES, Monster in my Pocket é um excelente jogo que mistura alguns elementos de plataforma e um pouco de Beat’ em up. O jogo é baseado em personagens de uma série de brinquedos de mesmo nome licenciado pela Matchbox.
Lançado já no fim da vida do console de 8 bits da Nintendo o jogo não recebeu a atenção e divulgação que merecia por parte da Konami. Por isso acabou passando desapercebido por boa parte dos jogadores naquele ano. Eu mesmo só tive a chance de conhecer e jogar porque na locadora perto de casa. Ela não tinham muitas opções de jogos e um dia resolvi dar uma chance a esse ilustre desconhecido. Sorte minha! Desde então tenho um carinho especial por essa belezinha pouco conhecida.
Enredo
O Enredo de Monster in my Pocket não é muito elaborado e não tem nenhum grande plano de fundo para a batalha entre os monstros em miniatura. Warlock, o grande vilão do jogo, envia sua legião de seguidores para destruir nossos heróis e poder realizar seus planos maléficos sem nenhum tipo de interrupção. Um belo dia nossos amigos estão assistindo a TV quando ouvem um pronunciamento de Warlock com algumas ameaças e o combate simplesmente começa.
Nossos Heróis
A primeira coisa a se fazer ao iniciar o jogo é selecionar qual o personagem que será utilizado durante a aventura. Em Monster in my Pocket temos duas opções: Frankenstein e Vampiro. Ambos possuem exatamente a mesma jogabilidade o que muda apenas é a aparência dos personagens. Vale ressaltar aqui que o jogo tem a opção de Multiplayer simultâneo. Como resultado é possível jogar com os dois personagens ao mesmo tempo com um amigo.
Fase a Fase
Stage 1 – Monster in my house
O jogo começa exatamente onde a cena de abertura termina. Assim que os monstros saem da frente da televisão após a ameaça de Warlock a jornada começa através de uma grande sala de estar, onde os móveis fazem parte do cenário. Mesas, livros, porta-retratos, um rádio, uma chave e etc. Tudo isso pode ser escalável e possui proporções gigantescas, afinal de contas nossos personagens são monstros em miniatura.
O destaque da fase fica por conta de uma parte no corrimão de uma escada, onde é possível pegar impulso aumentando assim a nossa velocidade e ficando invulnerável durante toda a descida. Durante toda a fase enfrentamos miniaturas de zumbis, lobisomens, bruxas e alguns gryphos.
Ao chegar ao final do primeiro estágio temos nosso primeiro confronto com um Boss. Um humanoide com cara de gato, que fica saltando de um lado para outro arremessando algumas facas. Nada muito complexe e com um padrão bastante simples de compreender e se adaptar.
Stage 2 – Big trouble in the kitchen
Como o próprio nome já diz agora estamos atravessando a cozinha, os elementos do cenário são cadeiras, mesas, alguns utensílios de cozinha e alguns alimentos sobre a mesa. O destaque dessa fase é a segunda parte do estágio sobre a pia, onde passamos pela louça e panelas espalhadas. Talvez a parte mais crítica seja atravessar o fogão sem levar danos pelas chamas.
A batalha contra o Boss é dentro do congelador, contra o que parece ser uma reprodução do abominável homem das neves, que além de tentar te atingir com rajadas frias possui uma espécie de dash avançando em sua direção. Assim como na primeira batalha contra o Boss o padrão é bem fácil de ser identificado e vencer essa luta não é necessariamente um grande problema.
Stage 3 – Crisis from underground
Continuando a jornada através de Monster in my Pocket, seguimos agora em uma descida pelo lado externo da casa em direção aos esgotos. A partir daqui o número de inimigos no cenário tentando te atingir começa a aumentar. Temos os clássicos desafios de passar através de canos despejando lama, inimigos aquáticos que saltam da água lamacenta para te atingir de surpresa e até mesmo uma travessia por um córrego em uma lata que foi descartada. Certamente essa é a parte mais difícil da fase. Ser derrubado do seu transporte aqui é morte imediata.
A batalha contra o Boss aqui exige um pouco mais de habilidade e timing. Temos uma espécie de Kraken que ataca utilizando os tentáculos de baixo para cima. O segredo aqui é evitar os ataques, abusando de pulos duplos e esperar a hora certa de atacar a cabeça do monstro.
Stage 4 – Towering Catastrophe
Saindo dos esgotos temo um enorme alambrado para escalar. Iniciamos a fase percorrendo a parte de cima desse alambrado, pegando uma carona marota em um guindaste para evitar os espinhos que protegem o portão. Seguimos o que lembra um pouco um prédio em construção e o maior desafio aqui é evitar os abismos entre uma coluna e outra.
Superando os temíveis buracos somos levados a uma subida vertical na fase onde devemos escalar pelas estruturas de metal evitando duendes que vão tentar atingir nosso herói deslizando em nossa direção. Ah, e como não poderia deixar de ser, temos a clássica subida em um elevador com dezenas de inimigos para serem derrotados.
A batalha contra o Boss aqui é bem tranquila e não deve ser um grande desafio. O inimigo da vez é um duende que resolveu utilizar um guindaste para aprontar altas confusões com a nossa turminha do barulho.
Stage 5 – Oriental Illusion
Não me pergunte o por que, mas parece que somos levados ao que parece ser um jardim oriental, com as clássicas plantações de bambus e pontes japonesas. Após alguns buracos que precisam ser evitados abusando da habilidade de pulo duplo, percorremos e escalamos algumas cercas de arame farpado e enfrentamos alguns inimigos alados que disparam lasers em nossa direção.
Talvez esse seja o cenário com maior variedade de inimigos com padrões de ataques diferentes. A fase termina em frente a uma clássica casa nos padrões orientais com as famosas portas feitas de madeira e papel com pergaminhos decorando as paredes. O Boss dessa fase é uma bruxa que consegue criar réplicas holográficas de si mesmo. O grande desafio aqui é identificar e acertar qual é a verdadeira e quais são as ilusões.
Stage 6 – Last Battle At Monster Moutain
Primeiramente somos levados ao interior de uma montanha onde a batalha continua. Agora entre os inimigos temos dinossauros. Claro porque não? Passamos por algumas partes onde o chão se move e senão tivermos cuidado, somos prensados contra espinhos no teto. Seguimos através de uma construção que lembra bastante a arquitetura grega e mais uma parte com elevador para percorrer e inimigos para eliminar.
No melhor estilo Megaman somos “convidados” a enfrentar todos os chefões novamente. Não existe nenhuma dificuldade adicional aqui ou mesmo mudança de padrão, todos eles continuam bastante fácil. Após esse Boss Rush somos levados para a batalha final contra o temido Warlock. A batalha acontece com Warlock flutuando no topo da tela. finalmente, o segredo é ser rápido e atingir o inimigo antes que ele te acerte com um raio ou desapareça em seguida. Acima de tudo, precisa ter paciência porque só é possível acertar uma vez a cada ciclo.
Após derrotá-lo somos levados a enfrentar a segunda fase do tinhoso. Agora ele está dentro da TV e ainda conta com a ajuda de alguns minions para te atacar. Aqui basta evitar os ataques por baixo e os raios que Warlock dispara em sua direção. Assim que tiver chance basta acertar nos olhos algumas vezes para vencer o último desafio.
Gráficos
À primeira vista Monster in my Pocket tem bons e maus momentos no que se refere aos gráficos. Por ter sido lançado próximo ao final da da vida do NES, os desenvolvedores tinham total domínio do hardware. Como resultado tiram leite de pedra, consequentemente produzindo belíssimos gráficos.
O jogo no início é lindo, sprites grandes, quadros de animação acima da média e uma variedade de inimigos e elementos no cenário. Logo no início é possível perceber o carinho dos programadores com os detalhes no background dos cenários.
Em contrapartida, a partir do terceiro estágio, o jogo acaba ficando um pouco preguiçoso, em conclusão: o capricho acaba desaparecendo. As fases começam a se tornar cada vez mais genéricas e sem nenhum detalhe no Back Ground. O estágio final, por exemplo, chega a desanimar.
Sons
Aqui sim temos uma demonstração de competência. As músicas são legais, animadas e transmite uma sensação de urgência.
Os efeitos sonoros durante as fases são bem colocados e cumprem a função a qual se propõem.
Meu destaque aqui fica por conta do som que é emitido todas as vezes que um Boss é derrotado. Temos a reprodução de um som que lembra uma foz sintetizada proferindo um grito de dor. Não me lembro de ter visto esse tipo de recurso antes rodando no Nintendinho.
Jogabilidade
O estilo que predomina é plataforma, controlamos o personagem pelo D-pad e temos os botões de pulo e ataque. Temos um recurso de pulo duplo que nos ajuda a atravesar grandes buracos e atacar inimigos no topo da tela.
A interação com os itens do cenário me lembra muito o jogo Chip n’ Dale Rescue Ranger, e é muito divertido poder definir estratégias e traçar caminhos por diferentes locais dos cenários. Pena que isso só se faz presente até a terceira fase.
Os controles respondem muito bem e não sofremos com comandos quebrados durante a jogatina.
Ao longo das fases podemos encontrar algumas chaves que podemos utilizar para atacar os inimigos e também alguns itens que recuperam um pouco da vida.
Senti um pouco de falta de uma opção diferente de ataque, como uma arma secundária.
Considerações Finais
Antes de mais nada, Monster in my Pocket é mais um jogo underground que vale a pena conhecer. Além disso, a Konami realmente estava mandando muito bem na era de ouro dos 8 Bits. Por mais que o jogo se perca um pouco nas partes finais, pelos problemas já relatados, provavelmente você já estará preso na diversão e ritmo frenético da ação. Outro ponto, é que temos em um único jogo: Vampiro, Frankenstein, Fantasmas, Kraken, Bruxas e até um Dinossauro. Provavelmente vai te fazer lembrar de um clássico da Sessão da Tarde: Querida Encolhi as Crianças! O que mais podemos querer em um único jogo? Vá em frente e dê uma chance para Monster in my Pocket.
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