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Desert Strike – Return to the Gulf: GET TO THE CHOPPA!!! – Análise

Desert Strike: Return to the Gulf - Análise

Contexto Histórico

A cultura Pop vive eras que de tempos em tempos alcançam seu ápice, na década de 80 explodia um dos gêneros que consagrariam grandes nomes do cinema como Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone e Dolph Lundgren: os Filmes de Brucutu. Filmes de ação que muitas vezes focavam no conceito de exército de um homem só. Impossível não se lembrar das missões no Vietnã lideradas por Rambo ou na América Central lideradas por Alan Dutch Schaefer.

O conteúdo produzido em Hollywood, e exportado para o mundo inteiro através da telona, colocou de vez o poderio e o modo de operação do exército americano no imaginário popular, o Tio Sam estava na moda. Em 1991 o mundo todo pode assistir este exército em ação ao vivo e em um confronto real, tratava-se da Guerra do Golfo. O confronto armado no Oriente Médio era a primeira guerra a ser transmitida em cadeia de TV e resultou em 5 semanas de intenso bombardeio aéreo que impuseram uma derrota a Saddam Hussein e na expulsão das forças iraquianas do Kuwait.

Alan Dutch Schaefer: GET TO THE CHOPPA!
Alan Dutch Schaefer: GET TO THE CHOPPA!

Como em toda guerra, não é possível analisar a Guerra do Golfo de forma anacrônica, classificando um lado como vilão e outro como mocinho. Diversas consequências como a morte de milhares de civis no Kuwait e tensões políticas que levariam a Guerra do Iraque em 2003 podem ser avaliadas. Contudo, a Guerra do Golfo nos trouxe ao menos uma boa consequência: em 1992, era lançado pela EA Games para Mega Drive, e posteriormente para Super Nintendo, Desert Strike – Return to the Gulf. O jogo que prometia uma nova dinâmica ao gênero shoot ‘em up, ou simplesmente navinha, uma vez que, ao invés de jogar em uma base fixa na vertical destruindo inimigos, agora seria possível uma visão isométrica com liberdade de movimento em duas coordenadas, algo tecnicamente muito superior ao que era praticado neste estilo de games.

Em 1992 era lançado Desert Strike: Return to the Gulf
Em 1992 era lançado Desert Strike: Return to the Gulf

Enredo

Como já mencionado, o game é inspirado na Guerra do Golfo e em alguns momentos há a tentativa de emular alguns acontecimentos reais do conflito. A história inicia-se um ano após o fim da guerra real, o General Kilbaba torna-se um líder ditatorial excêntrico no Oriente Médio e tem por objetivo iniciar um conflito que pode levar a Terceira Guerra Mundial. Sua missão será assumir o posto de piloto do icônico helicóptero de guerra AH-64 Apache e completar missões que irão frustrar os planos do mais novo inimigo mundial. Ouça nosso podcast Fliperama de Boteco #35 – Série Strike.

A escolha do modelo AH-64 não foi por acaso, uma das operações mais importantes da Guerra do Golfo, conhecida como Tempestade no Deserto, contava com 9 helicópteros deste modelo que utilizaram seus mísseis para destruir radares e permitir bombardeios sem a detecção do inimigo.

Logo no início do jogo é iniciada uma introdução que apresenta o ditador, seu pesado arsenal, sua ampla rede de fortificações e seus planos absurdos. No início de cada fase seu comandante irá dar um resumo da situação atual e seus objetivos na missão. Ao todo são 4 fases com um total de 27 missões. Spoiller: logo no início você terá que destruir alguns radares inimigos!

Estratégia
“O conceito de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie, em inglês strategy, em alemão strategie, em italiano strategia, em espanhol estrategia…”

Gráficos

Sem dúvida o game destacava-se em seu ano de lançamento pelos seus gráficos, os cenários do deserto são bens construídos e não ficam repetitivos com a evolução das fases. Para melhorar a experiência em um cenário que poderia ser simples em sua essência, a produção privilegiou os detalhes como inimigos, construções e veículos que são apresentados. Todos são bem detalhados e com cores fortes e vibrantes.

Para melhorar entre as fases há algumas cutscenes muito bem feitas que ajudam a melhorar o enredo do jogo e a criar um clima mais próximo da evolução de uma campanha militar em um território desconhecido. Todos os detalhes servem para criar um ambiente de conflito cada vez mais envolvente.

Porta-aviões
Porta-aviões: qualidade nos detalhes.

Jogabilidade

Em 1992 não havia sensação mais próxima de pilotar um helicóptero de guerra com alta tecnologia que não fosse jogar Desert Strike. A visão isométrica e a liberdade de movimentação nos cenários criavam uma prévia do que seria o mundo aberto nos games, as missões dentro dos cenários poderiam ser realizadas na ordem que quiséssemos, fato que criava uma grande gama de estratégias para completar as fases.

O jogo também exigia um nível de controle de recursos do piloto, era necessário reabastecer o helicóptero, encontrar e coletar munição e resgatar sobreviventes com uma escada. Como exemplo podemos citar os tipos de armamento disponíveis: metralhadora, míssil Hydra e míssil Hellfire(mais poderoso), gastar alto poder bélico com alvos simples, sem dúvida causará falta de poder de fogo para enfrentar inimigos mais poderosos no desenrolar da missão. Tudo isso ajudavam a aumentar a complexidade do game e criar um certo ambiente de simulação de guerra.

A liberdade de escolha de movimentação com a necessidade de controle de recursos torna o jogo uma combinação muito interessante de ação e estratégia. Apesar da evolução livre das missões, é interessante observar que muitas vezes deverá ser seguida uma sequência lógica, uma vez que o recurso encontrado na primeira base destruída será necessário para uma conquista ainda maior e mais importante.

Para auxiliá-lo nesta incursão de guerra, você tem um radar a disposição que dará informações importantes como localização e informações de inimigos, informações sobre as missões, localização de combustível e armamentos. A final de contas, a informação com precisão pode ser fator determinante para se vencer uma guerra.

 

Efeitos Sonoros

O game não utiliza músicas em suas fases, as poucas (e boas) faixas são utilizadas em momentos específicos como nas cutscenes e nas telas iniciais e de menus. Apesar de não agradar a todos, esta falta de músicas nos momentos de ação faz sentindo, uma vez que o objetivo é criar um ambiente de simulação de guerra. Ouça a trilha da versão do Mega Drive.

Os efeitos sonoros por outro lado são um destaque do jogo, o som constante das hélices do Apache, de disparo de mísseis, de tiros de metralhadoras e de explosões de prédios são muito bons e aproveitam muito bem do recurso de hardware disponível na época. Nota-se que todo recurso de áudio foi focado para a simulação de batalha.

Aos vencedores uma condecoração de Bush Pai.
Aos vencedores uma condecoração de Bush Pai.

Finalizando

Baseado em uma das guerras mais midiáticas da história, Desert Strike Return to the Gulf é sem dúvidas a melhor experiência do gênero navinha na era 16 bits. O jogo procura emular o que é uma missão aérea em uma guerra dentro de um terreno inimigo hostil.

A dinâmica de ação com gerenciamento de recursos torna o game desafiador e impede que a evolução das missões torne-se repetitiva e maçante. A jogabilidade em visão isométrica também possibilita a evolução do estilo arcade para algo mais próximo da simulação de guerra.

Todas estas características fizeram o game envelhecer muito bem e ser interessante e relevante até os dias de hoje, sempre que estiver interessado em passar algumas horas de ação em um icônico helicóptero militar, ouça o chamado de Arnold Schwarzenegger e GET TO THE CHOPPA!!!!

Desert Strike - Return To The Gulf

8

Jogabilidade

7.5/10

Sons e Trilha

8.0/10

Diversão

8.5/10

Gráficos

8.0/10

Ambientação

8.0/10

Prós

  • Ambientação
  • Bons Gráficos
  • Efeitos Sonoros

Contras

  • Controles um pouco difíceis para iniciantes

Postado por Helton Silva

Nascido em 1991 em Taubaté interior de São Paulo, formado em Engenharia Elétrica, trabalho na indústria automobilística e Corinthiano!
Comecei a jogar vídeo-games na década 90 com o melhor, na minha opinião, console já feito: Super Nintendo. Desde então já joguei consoles Nintendo, Sony, Microsoft e PC.
Consumidor assíduo da mídia podcast, entusiasta da leitura (aguardando a boa vontade de George R. R. Martin para finalizar As Crônicas de Gelo e Fogo) e do cinema e fã do esporte (Futebol e Automobilismo).
Desde 2020 participo do Fliperama de Boteco com análise de games, sempre buscando trazer uma visão mais contextualizada possível sem perder o bom humor, uma vez que para mim vídeo-game é, e sempre será, sobre tirarmos um tempo para nos divertir.

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