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Bonanza Bros. – Arcade

Bonanza Bros. - Arcade

Bonanza Bros. foi lançado pela SEGA para os arcades no longínquo ano de 1990. Recebeu ports em 1991 para diversos consoles caseiros, mas as versões mais famosas são as competentes versões de Mega Drive de Master System. É muito difícil classificar Bonanza Bros. em um único estilo de jogo, pois ele mistura estratégia, plataforma e um pouco de elementos de furtividade, hoje em dia conhecido como “stealth”.

Conhecem aquele velho ditado: “Nunca julgue um livro pela capa”? Pois bem, ele se encaixa perfeitamente com esse jogo. Em uma primeira olhada, tudo parece muito simplório sem grandes atrativos, a começar pela arte na capa do jogo que quando eu ero mais novo me lembrava muito bonecos de lego, pelo menos na versão para o 8 bits da SEGA. Mas o jogo é muito mais desafiante e complexo do que aparenta.

Versão para Master System

Basta alguns minutos com o controle na mão para se apaixonar por essa belezinha.

Vamos juntos descobrir o que esse jogo tem de especial para merecer uma análise aqui no boteco. Garanto que vocês não vão se arrepender.

Nossos Heróis

Em Bonanza Bros. controlamos Robo e Mobo dois famosos ladrões de banco da cidade de Badville.

Robo e Mobo são irmãos, apesar de fisicamente muito diferentes. Robo é alto e magro enquanto Mobo é baixinho e com uns quilinhos a mais. Me lembrou um pouco o filme Irmãos gêmeos com Danny de Vito e Arnold Schwarzenegger

O Design dos personagens é fantástico. Apesar de simples em seus traços, são muito carismáticos e divertidos. Tudo isso fica muito evidente durante a jogatina.

Situações engraçadas acabam aparecendo no jogo e você vai criando laços com os personagens por conta disso.

Mesmo com diferenças visíveis entre os irmãos o Gameplay não sofre nenhuma alteração independente com qual personagem você está jogando.

Mobo e Robo

Enredo

Aqui como em muitos outros jogos do começo dos anos 90 temos um enredo fraco, que funciona apenas como um pano de fundo para toda ação que ocorre ao longo da jornada dos nossos heróis, digo ladrões.

Bonanza Bros. inicia com uma cena de abertura que não deixa as coisas muito claras, mas tudo indica que a polícia da cidade de Badville está se preparando para fazer uma limpeza e pegar os grandes corruptos da cidade como: Banqueiros ladrões, operadores de cassinos fraudulentos, empresários sonegadores de impostos e toda a corja de “peixes grandes” da cidade.

Para isso nosso misterioso contratante precisa de provas concretas que coloquem esse pessoal influente na cadeia.

Conhecendo a fama, eficiência e habilidades de invasão dos nossos amigos Robo e Mobo um acordo é oferecido. Caso eles consigam trazer todas as provas que a polícia precisa os crimes passados dos irmãos serão esquecidos pela justiça.

Fase a Fase

A versão de Arcade conta com 12 fases no total + 1 Fase opcional chamada de treinamento, que funciona como um tutorial onde as principais mecânicas de Bonanza Bros. são explicadas. No jogo passamos por: bancos, cassinos, joalherias, lojas de departamento, mansões, um navio e até mesmo uma pirâmide.

Não temos uma grande mudança de uma fase para a outra, exceto alguns poucos elementos de decoração no cenário.

A diferença acontece mesmo com a estrutura, a quantidade de provas que devem ser coletadas, o local da saída e a quantidade de policiais ou seguranças que temos em cada ambiente.

Preparem-se para perder algumas fichas na pirâmide. Ela é a última fase do jogo e é um verdadeiro pesadelo para ser atravessada.

Gameplay

Gráficos

Aqui vale um carinho adicional na avaliação. Bonanza Bros. possui uma direção de arte muito bacana, os personagens lembram bonecos de plástico, não possuem nenhuma pretensão de parecerem realistas ou mesmo cheio de detalhes.

Mesmo os cenários são simples, com poucos detalhes e uma variação limitada de inimigos. Mas não se enganem, nada disso é demérito, como eu disse acima é uma decisão de direção de arte e tudo funciona de maneira brilhante. Você se convence que aquilo representado na tela faz sentido.

O jogo é muito bonito e a paleta de cores é muito bem utilizada. Em nenhum momento você se confunde com elementos desnecessários no cenário. Tudo é muito claro e bem definido. É fácil identificar qualquer elemento na tela, desde personagens, itens de decoração ou mesmo as provas que você precisa recolher, que muda de acordo com a fase que você está atravessando.

Ponto para a SEGA!

Detalhe do Gameplay

Sons

Bonanza Bros. tem uma das trilhas sonoras mais legais dos jogos lançados naquele período. As músicas são muito bem executadas e ficam na nossa cabeça de uma maneira gostosa mesmo após desligar o console.

Eu não jogava Bonanza Bros. há pelo menos 20 anos, mas hoje jogando novamente para escrever a análise me surpreendi ao perceber que eu ainda me lembrava de todas as músicas do jogo.

Temos poucos efeitos sonoros, mas ainda assim são muito competentes. Destaque aqui para uma pequena gargalhada que Robo e Mobo soltam todas as vezes que conseguem resgatar uma prova.

Quando o quesito é sons a SEGA dificilmente desaponta, e no caso de Bonanza Bros. isso não é diferente.

Jogabilidade

A jogabilidade é o maior trunfo do game e é nesse critério que qualquer bom jogo deve se sustentar. Além do manche para controle do personagem temos apenas dois botões de ações, um para tiro e outro para pulo. Mas não se enganem a mecânica do jogo é extremamente simples, mas complexa para ser executada da maneira correta.

Ao iniciar a fase, temos disponível um mapa com todos os andares, acessos, provas e a saída sendo exibido na parte superior da tela. A tarefa é simples: recolher todas as provas e seguir para saída antes que o tempo de 3 minutos se esgote. Para uma jogatina tranquila, analise o mapa todo e trace a melhor estratégia com relação ao caminho para evitar o vai e vem desnecessário pelo cenário.

Para evitar que você tenha sucesso, guardas e seguranças estão espalhados pelo ambiente. Você tem algumas alternativas: Tentar passar desapercebido adotando a furtividade ou enfrentar os seguranças com sua arma não letal, que deixa os inimigos atordoados por um curto período de tempo.

A grande sacada aqui é não ser visto pelos inimigos. Mesmo que a estratégia seja de nocauteá-los. Caso algum segurança consiga te ver ele emite um alerta através de um apito tornando a tarefa mais complicada.

Aqui não tem perdão, levou um tiro ou um golpe de cassetete morreu. E ao perder uma vida as provas coletadas ficam espalhadas pelo chão fazendo com que você precise recuperar todas novamente, com a vantagem de estarem concentradas no local onde você morreu.

Além da sua pistola você pode utilizar os elementos do cenário para nocautear os seguranças, usando por exemplo a abertura de uma porta para nocautear os oponentes. Algumas fases contam ainda com uma prensa que pode ser acionada por uma alavanca e literalmente amassa o seu adversário.

 

Considerações Finais

Bonanza Bros. é sem dúvida mais um daqueles jogos que eu adoro escrever sobre. Pouco conhecido e muito bom de ser jogado ainda hoje. Não tem como jogar esse jogo e não se lembrar do clássico do Atari 2600 Keystone Kapers. Tanto pela temática de polícia e ladrão quanto pela estrutura das fases. Como resultado, Bonanza Bros. bebeu bastante dessa fonte.

Keystone Kapers

Muito diferente dos títulos mais famosos do Arcade, Bonanza Bros. traz muita inovação no que diz respeito ao Gameplay. É diferente de tudo o que tínhamos disponível na época. Pra ser sincero, não me lembro de ter visto nenhuma máquina dessas aqui no Brasil. Meu primeiro contato foi pelo Master System, e confesso que descobri essa versão de Arcade há pouco tempo.

Primeiro de tudo, uma jogabilidade simples e descomplicada, mas com desafios consideráveis. Além disso, Bonanza Bros. é a pedida certa para quem está atrás de uma boa diversão. A curva de aprendizado é suave e esse não é um jogo que frustra o jogador. Pelo contrário, a cada vida perdida a vontade de superar o desafio, talvez mudando a estratégia, aumenta. Sempre fica um gostinho de quero mais.

Finalmente, se você não conhece, não perca mais tempo, de uma chance para Robo e Mobo. Se você já conhece, talvez esteja na hora de matar a saudade e descobrir que um jogo com mais de 20 anos ainda pode ser divertido.

Postado por Guilherme Ferrari

Aqui é o Guilherme, GZ, hoster do podcast!

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